sexta-feira, 1 de outubro de 2010

ESCRAVOS DA BENÇÃO

“... de ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome. Sê tu uma benção! ” (Gn. 12:2)
Diante de uma sociedade que nos impulsiona a criarmos necessidades onde realmente não temos, precisamos como pessoas e como um povo temente a Deus, tomarmos o cuidado de não nos tornarmos escravos desse consumismo enlouquecido, priorizando a benção ao invés do abençoador. Observe as palavras ditas a Abraão no texto acima: O Senhor deixa bem claro que vai dar a ele bens, riquezas, fama, mas também não deixa dúvidas com relação ao propósito de todas estas bênçãos: “Sê tu uma benção”. Quando Deus nos abençoa é claro que vamos ser os primeiros a desfrutar de tudo, mas é inegável que seu propósito não se resume em nós, é para abençoarmos e não para que venhamos agora a desprezar nosso ministério, nossa comunhão com Ele e com a igreja, nossa visão de santidade, nosso caráter cristão... Veja o que aconteceu com o povo no Egito quando José abrigou sua família por causa da grande fome que pairou naquele momento da história. O Senhor usou José para abençoar todo seu povo,porém eles não entenderam que havia uma promessa superior, e que não poderiam agora se agarrar a benção, “sentar em cima dela” e morrer assim. Conclusão, mais tarde, se tornaram escravos de Faraó, porque permitiram que a benção os parassem na acomodação por terem conseguido o que estavam precisando. Quando Deus te der um emprego, uma casa, um casamento, a conversão do seu esposo ou esposa, uma cura, enfim, qualquer coisa que em oração estiver colocando diante do Seu trono, clamando em nome de Jesus, que haja sabedoria e entendimento espiritual para compreender que a benção recebida não foi para se tornar num impedimento ao seu chamado e relacionamento com o Senhor, nem para gerar infidelidade e negligencia ao seu compromisso para com a obra do Senhor. Muitas pessoas tem se perdido e retornado a escravidão desse mundo porque se entregaram completamente ao gozo da benção, e passaram a dizer: “agora eu não posso”, “não tenho mais tempo”, “estou cansado demais”, “isso é para quem é solteiro”... Irmãos, lembrem-se da onde Jesus os resgatou, não tínhamos nada, mas Ele nos deu tudo: o amor, o fogo em nosso peito pelas almas perdidas, o desejo de estar na Casa do Senhor, o zelo de sermos fieis nos dízimos e nas ofertas, nosso compromisso de participarmos das campanhas de fé... Precisamos parar e nos perguntar: Como tem sido nosso relacionamento com as bênçãos que Deus tem derramado sobre sua vida? Elas têm contribuído para nos tornarmos mais uteis, solidários, humanos, sensíveis as necessidades dos que estão ao nosso redor e da própria Obra do Senhor ou têm nos escravizado, roubando nossa visão do que o Senhor tem preparado, de um lugar mais alto onde Ele quer nos colocar? Não podemos permitir que as bênçãos se transformem em maldições. Que nada venha a nos separar do verdadeiro amor de Deus em Cristo Jesus. Sê tu uma benção! Bispo André da Silveira